/ Para reflexão: Publicidade no RPG

O assunto de hoje vai além dos dados multifacetados, escudos e livros. Se trata da publicidade no RPG. Como é feita (se é feita) a divulgação de nosso hobby atualmente? Quais os melhores veículos que existem para tal tarefa? Quais os melhores pontos de venda? O que as nossas editoras estão fazendo? Tudo isso a seguir.

Bom, me veio a mente em escrever sobre isso quando assistia a uma partida de futebol, nosso esporte número 1. E como todo RPGista que se preze, sempre analiso muito mais coisas acerca de qualquer assunto (modéstia a nossa parte), me atentei para um fato curioso: onde estão os anúncios e a publicidade do nosso hobby número 1?

Atualmente, existe somente uma revista segmentada do ramo, como meio impresso de publicidade, que é a DragonSlayer, nascida do berço do Trio Tormenta (Cassaro, Saladino e Trevisan - hoje Quinteto Tormenta, com Guilherme Dei Svaldi e Leonel Caldela) e dos irmãos da Mantícora/D20 Saga (Ricardo e Marcelo). Mesma a única revista segmentada que temos o prazer em ler quase não possui anúncios em suas páginas, afinal, publicidade da Jambô não conta né? E mesmo se contasse, seria suficiente? Uma das coisas que eu achei muito interessante no início da própria DS, foi a abertura de um espaço de duas páginas (não me lembro se eram mais) para qualquer editora divulgar seu jogo. Lembro-me bem de um material inicial da Daemon, logo nas primeiras edições da revista. Mas, uma pergunta? O que aconteceu com este espaço? Foi extinto? E o que houve com as demais editoras? Tiveram medo de investir em seus próprios jogos? Algo de errado aconteceu para ambas as coisas acontecerem. A tão aclamada crise que continua a vender D&D 4ª Edição que nem água? Ou a crise que insiste em esgotar o Pathfinder RPG em poucos dias? Um momento. Estamos falando de RPG no Brasil não? E o que D&D 4ª Edição e Pathfinder têm a ver? Simples, eles continuam sendo RPGs. Então porque diabos nenhuma editora nacional (com exceção da sempre presente Jambô, claro)? Essa é uma boa pergunta para o pessoal que produz a DragonSlayer e principalmente para o departamento de marketing da Escala não?

Querem ver outro exemplo? Internet. Todo mundo, ou a maioria do pessoal que joga RPG têm acesso a internet. O que não significa que essa fatia de jogadores são totalmente ativos, no bom sentido da palavra, na rede mundial de computadores. Mas boa parte se utiliza da web para se manter informado, buscar novos jogos e claro, não podemos de deixar de citar aqueles que criam ou mantém sites, portais, fóruns e principalmente blogs de RPGs. Logo depois da reabertura do d3System, vi um campo enorme do cabeçalho do site que até hoje não foi ocupado. Por quê? Já na RedeRPG é tradicional um banner da Moonshadows na entrada do portal vermelho. Isso influencia nas vendas da loja? Com certeza que sim. Mas será que é o melhor site de RPG para se aplicar uma mídia? Talvez não. Pelo menos é o que nos mostra o Rank Cinza e o  Pop Rank de sites e blogs de RPGs. O d3System junto com o Paragons e o .20 lideram os ranks de sites mais visitados do hooby e não possuem anúncios pagos, pelo menos, visivelmente não. O .20 mantém um banner da Jambô, mais por camaradagem e apoio do que questões financeiras ou de negócio mesmo. Sou da época que a gente ganhava jogos para nos divertir: banco imobiliário, detetive, etc. E o teatro de interpretar personagens com números não é assim. RPG é um jogo diferenciado, sim, porém não é um jogo que o pai ou a mãe encontra na sessão de Infantil, por exemplo. Logo, aprendemos desde cedo que precisamos economizar para comprar nosso jogo predileto. Quando crescemos tudo fica mais fácil, com um trabalho, dinheiro seu no fim do mês e o prazer de comprar aquele livro que sempre quisemos comprar. Mas, somos influenciados por alguma mídia? Ou melhor: alguma mídia nos induz a comprar os livros que as editoras querem vender? Acho que não.

Hoje a principal fonte de divulgação do RPG em si é através da internet. Existe uma diversidade tão grande que fica difícil até acompanhar todos os sites e  blogs do gênero. Basta dar uma olhada na nossa lista, aqui mesmo do lado esquerdo da tela. Fora os que ainda não estão lá! Vejo um cooperativismo sem tamanho entre os sites (nem todos), mas hoje existem agregadores, sites amigos, blogs amigos, uma rede gigantesca para a divulgação do jogo em si. Esses sim fazem muito mais do que as próprias editoras. Iniciativas pipocam aqui e acolá, materiais de campanha, reportes de sessões, revistas eletrônicas, a lista é longa. Tudo por intermédio dos próprios jogadores.

Eu bato na tecla que deveriam haver incentivos maiores por parte daqueles que produzem e publicam RPG. Olhem para esse nicho fantástico. Explorem o que tiver de explorar. Uma coisa que gostaria muito de ver numa revista impressa por exemplo seria a premiação de brindes. Aposto que se numa edição onde a DragonsSlayer fizesse um concurso cultural, premiasse os leitores com algum brinde, os mesmo iriam questionar do preço. Pelo contrário! Iriam se recordar da revista para sempre. É uma coisa que marca. Já pensou? "Mande a história do seu personagem de Tormenta (já que é o cenário oficial da revista) e ele poderá ser transformado em miniatura (ou card personalizado) e personagem ícone do novo Tormenta RPG!". Dou todos os meus reles tibares se mesmo o preço da revista por exemplo pular para R$ 19,90, contendo miniaturas oficiais de Tormenta ou qualquer outro brinde que tenha interação dos leitores (ou não), os mesmos irão ficar incoformados simplesmente porque mudou de R$ 14,90 ara R$ 19,90. Havendo um motivo nobre, por que não?

Para iniciar o nicho, divulgo neste blog qualquer site, blog ou banner que se interessar de graça. Sem ônus nenhum. Coisa que já faço com pessoas que fazem o RPG possível por aqui. Quem quiser anunciar por aqui, o espaço está abertíssimo. Para aqueles quem desejarem divulgar seu material também. A regra é simples: é RPG? Então está tudo em casa. Por enquanto é só. Até a próxima reflexão.

Comentários (9)

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Eu não tenho tanta certeza que se o preço da revista subir para R$19,90 as vendas vão se manter, não... xD

Mas entendi o ponto de vista e de certa forma até concordo. Lembro que na boa fase da DB, sempre vinha um poster, aventura e até a primeira edição de Tormenta como brinde, as vezes com um acréscimo no preço de capa, as vezes não.

Tipo, eu acho que as editoras (Devir, Daemon, Conclave...) deveriam sim tentar divulgar mais os seus produtos, mas a Dragonslayer/Escala podia oferecer ''mais'' esse espaço, oferecer outros tipos de espaço também, não só propaganda, podiam ser encartes de aventuras, fastplay e tal...

Acho que falta interesse das duas partes aí. Ou dos próprios rpgsistas mesmo, aqueles que realmente compram e são consumidores da revista e dessas editoras, de cobrar e mostrar a falta que eles sentem desse tipo de iniciativa.
1 resposta · ativo 811 semanas atrás
RPGista brasileiro reclama de pagar 10 reais em suplemento, acha que 17 reais por um set de dados é um absurdo, e que 60 reais num livro de 300 páginas coloridas capa dura é algo descomunal. Claro, generalizando, mas dá pra entender algumas faltas de interesses das editoras.
"Querem ver outro exemplo? Internet. Todo mundo, ou a maioria do pessoal que joga RPG têm acesso a internet." Não acho que essa afirmação seja verdadeira não.

Mas, os RPGistas que tem acesso hoje, conseguem se manter informados e comprar o que quiserem onde for mais barato. Existe concorrencia, várias lojas, e sempre tem as lojas gringas se tudo mais falhar.

Mas RPG é uma coisa tão nicho do nicho que eu duvido que as editoras tenham grana para investir em publicidade que dê retorno. Mesmo porque, como disse anteriormente, Internet é ainda uma parcela do nicho do nicho.

Meus cents.
1 resposta · ativo 811 semanas atrás
Bom, quando digo que a maioria tem, é uma suposição claro, pois não falei baseado em pesquisa nenhuma.

Porém, é raro um grupo de RPG, mesmo os mais novos, não terem acesso a internet, é o que eu penso e pelo que eu vejo de acessibilidade.

Sobre internet ser uma parcela do nicho do nicho eu discordo. Acho que você quis dizer o RPG é uma parcelo do nicho do nicho não? Ai sim eu concordo.

Abraços
Gostei muito do Post! concordo que nosso Hobby poderia sim, ser melhor divulgado... que poderia haver concursos, mais revistas e tal! Mas não entendo de custo e retorno desta coisa para saber da viabilidade financeira.
Quanto a questão do livro no Brasil:

1 - Primeiro o fator cultural... brasileiro em geral não gosta de ler... e com este hábito lamentável... as vezes fica difícil ele se interessar por RPG já que é um "livro"...

2 - O preço do livro no Brasil sim é muito caro... principalmente se você levar em consideração a renda e o preço... não é simplesmente converter o preço e comparar com outros países desenvolvidos, temos que levar em consideração que a renda em média do Brasileiro é menor se comparado com estes países!

3 - Existem várias pessoas que só jogam, ou sejam não mestram RPG... grande parte delas acha que o mestre tem que ter todos os livros... e elas não acham que seria vantagem pro grupo tem mais um módulo básico, mais um livro do jogador... etc... Ou seja se cada jogador tivesse pelo menos o livro principal da campanha de RPG que joga já teriamos um pequeno avanço!

4 - (Propaganda de oportunidade ) Além dos livros muitos jogadores acham que o mestre também tem que ter todas as miniaturas, TODOS OS DADOS... etc... Poxa vc encontra miniaturas avulsas pra comprar... ache uma que se encaixa com o seu personagem em uma campanha e compre-a! E TENHA OS SEUS DADOS (aliás eu vendo dados importados de qualidade a preços acessíveis), primeiro você não vai ficar pedindo para te passarem o d20, o d6, o d10, o d8 etc.. toda vez que chegar a sua vez de ROLAR os DADOS...

Quer conhecer os DADOS que vendo????
SOLICITE UM CATÁLOGO: jldicestore@gmail.com
1 resposta · ativo 811 semanas atrás
Bom Leonardo, agradeço e seja bem-vindo a qualquer hora. Até se quiser colaborar com o blog também.

"1 - Isso eu concordo com você. Principalmente RPG, que você não descobre sozinho, sempre tem um amigo, do conhecido do primo do amigo que te apresenta o jogo. É difíficil mesmo essa questão da leitura.

"2 - Isso é uma verdade. Livros como os D&D são caros para os padrões normais da economia do país, porém pelo menos pra mim é um livro que vale a pena você economizar ou investir para comprar. Mas você tem razão sim.

3 - Isso é relativo Leonardo. Porque já mesas se juntarem para comprar os livros e acessórios que necessitam pra jogar. Mas em geral o mestre é o jogador mais interessado, por isso que ele compra os livros. Mas exigir que cada jogador tenha um livro acho exagero. Um por grupo já é o suficiente.

4 - Legal! Se tiver um banner disso ai manda pro meu e-mail que eu anuncio por aqui... Os valores do anúncio a gente acerta por e-mail! kkk

Abraços
Só alguns apontamentos.
Sobre aquele espaço que a DS tinha no início, pras editoras apresentarem seus jogos, acho que aconteceram duas coisas: 1) além da Daemon, nenhuma outra editora se interessou em publicar algo; 2) aquele espaço acabou dando mais prejuízo pra revista do que algum retorno financeiro (e a empresa precisa pensar financeiramente).
Eu concordo que a divulgação do hobby deveria ser maior, mas em alguns casos é complicado, o custo-benefício não compensa. Principalmente em certas regiões do Brasil, onde o hobby é mau visto (ainda bem que aqui no sul a coisa não é tanto assim).
Uma coisa muito legal foi a divulgação que o Tiago fez do IV Tchê RPG, aqui no sul. Teve até propaganda na TV (http://www.youtube.com/watch?v=12iXs0t-FnM, pra quem quiser ver).
show de bola pablo
muito bom mesmo
vc ta detonando
sempre com boas dicas
parabens

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