DragonSlayer: ter ou não ter? Eis a questão.

Na última semana, a Jambô Editora anunciou o lançamento da 29ª edição da única revista de RPG do Brasil, a matadora de dragão, a ilustre DragonSlayer. Apesar de todo esforço da equipe, nas listas, fóruns e rede sociais, ainda observamos muitas críticas e comentários negativos. 



Mas será que hoje, a revista é tão importante assim? Ter ou não ter a DragonSlayer, eis a questão...
Estamos abrindo este debate no blogue para sabermos as opiniões dos leitores e não leitores dessa que é a única publicação brasileira ativa neste mercado "colossal". Nosso intuito não é formar ou influenciar a opinião de ninguém, apenas debater sobre alguns pontos interessantes e que às vezes passam despercebidos por nós (ou não). Vamos a eles:


Conteúdo com sistema único...
Não é de hoje que lemos e relemos que os autores da DragonSlayer, desde sua formação original com o Trio Tormenta e os Irmãos e Equipe Mantícora optaram pelo Sistema D20 como sendo o sistema oficial da revista, ou seja, outros sistemas estavam descatados. Isso mesmo. Eu disse estavam...

Nas primeiras edições, ou melhor, até antes da revista ser lançada, esse fato de trabalhar com um único sistema desmotivou muitos jogadores, inclusive os de 3D&T que sempre eram brindados com material na antiga Dragão Brasil. Mas havia um motivo nobre ou ao menos prático na questão: o Sistema D20 era na época uma revolução, onde todos os jogos praticamente poderiam ser facilmente adaptados e incluídos na revista, além de não exigir tanto dos autores que só precisariam apresentar estatísticas para um único sistema. Mas aqui cabe uma sacada aonde vimos o interesse das editoras para com seu mercado (ou pelo menos seu poderio e intento de investimento no âmbito editorial da área): a DragonSlayer abriu um espaço para as editoras divulgarem seus jogos na revista! Foi uma ótima sacada, tirando o peso de trabalhar com outros sistemas e ao mesmo tempo dando a oportunidade de cada “dono” de seu jogo fazer o seu papel. O que antes era feito sem nenhum ônus ou reconhecimento e até mesmo como propaganda gratuita apenas para satisfazerem os leitores dos jogos de outras editoras, agora era disponibilizado como um espaço pago. As primeiras edições tiveram presença do Sistema Daemon, da Daemon Editora, antiga parceira do Trio ao longo de todas as edições da Dragão Brasil. Depois? Nada. A experiência não foi muito além do que os editores já esperavam.

Para aqueles que reclamam que não vêem material para a 4ª edição de D&D na DS que me perdoem, mas perguntar não ofende: por que a Devir Livraria nunca fez um anúncio na DragonSlayer? E mais: por que não comprou um espaço para divulgar seu jogo? Estamos acostumados a sempre cobrar dos autores que mais gostamos aquilo que realmente não seria de sua responsabilidade, mesmo assim eles o fazem.
Essa resposta fica para vocês nos ajudarem.

De uma coisa temos que ter convicção. Hoje a DS tem um papel fundamental para o RPG, seja divulgando, seja fazendo novos jogadores, seja o que for de ser feito, será útil. E parece que seus autores estão ligados nisso, tanto é que novos sistemas aos poucos estão sendo incorporados à revista.

Questão do preço
Essa é a principal queixa dos “leitores”. Muita gente não compra a revista simplesmente por este motivo: o preço. Não é para menos. Mas será mesmo que uma revista com 64 páginas custando aproximadamente R$ 15,00 é cara? E se adicionarmos que essa revista é a única do mercado? Ajudaria? E vamos mais além: se contarmos a você que esta mesma publicação só sai de 3 em 3 meses? Ainda assim seria dispendioso para você?

Para muitos sim. O que podemos extrair daí um fato no mínimo curioso e que despertou o motivo desse post. Entre aqueles jogadores que são consumidores de suplementos como a DragonSlayer, o fato de simplesmente a revista possuir o preço que tem, não vale a pena nem ao menos folheá-la. Ou seja, alguns que compartilham destes pensamentos chegam e dizem: “ah, é cara e não vou olhar nem a capa”. Mesmo que o conteúdo seja bacana.

Não é um dos melhores investimentos, comparando com outras publicações e custo x utilidade de uma revista (dependendo de cada um, lógico), mas que, além de prestigiar aqueles que estão por trás da edição da revista, estaremos a disseminar o hobby por aqui, mesmo que para uma parcela pequena, já que a revista aborda sistemas específicos.   

E se... não houvesse mais a DS?!
Até há pouco tempo, a DragonSlayer era uma publicação mensal, tendo à partir de 2010 sua periodicidade modificada, tornando-se trimensal. Muitos torceram logo o nariz, afirmando que a revista estava em decadência, etc e etc. O fato da alteração de sua regularidade não modificou nenhum pouco ao que já acontecia, pelo contrário, os antigos atrasos, agora não seriam mais atrasos e sim prazos normais de lançamento da publicação. 

Com o advento cada vez mais forte de blogues e sites de RPGs de uns anos pra cá, podemos afirmar sim senhor que existe vida além da DragonSlayer. E vida com qualidade! Por exemplo, o que hoje é a sessão Notícias do Bardo, perdeu muito de sua função justamente porque esses mesmos blogues e sites cumprem muito bem obrigado a tarefa de divulgar notícias. E detalhe: com mais rapidez do que uma publicação trimensal.

Então quer dizer que ganhamos duas páginas correto? Não. Infelizmente não. O fato de termos notícias praticamente instantâneas pipocando de um blogue a outro, não fez com que a equipe eliminasse esta sessão da revista. Me recordo que quando eu e o Maury sempre planejávamos uma Beholder Cego, a "Estalagem do Beholder Cego", que era a sessão de notícias da revista online, sempre ficava por último justamente para que a reviste não fosse lançada com notícias antigas. Até decidirmos que aquele espaço seria utilizado para dicas de como utilizar miniaturas, fazer mapas de jogo, como jogar online, etc. 

E quanto as demais sessões da revista? Poderiam ser "substituídas" por algum blog? Provavelmente sim. Então, se você, acompanha os blogues, filtra os assuntos que você quer ler, encontra artigos interessantes, aventuras e suporte para seu sistema, realmente, você não precisa da DragonSlayer.

Se a revista não existisse, abriria um espaço para uma outra publicação segmentada. Mas será que teria o mesmo prestígio? Será que os autores receberiam o mesmo apoio do público? Será que teria todas as certezas que temos sobre a DragonSlayer?

Agora se você gosta dos textos de Caldela, Brauner e companhia, vale à pena acompanhar o trabalho dos autores. E outro fator muito importante! A DragonSlayer hoje tem o papel de disseminar o RPG no Brasil, já que é a única publicação do hobby. Sabemos que o mercado de RPG no Brasil não é essa coca-cola toda e que devemos sim apoiar revistas como a DragonSlayer. Pensemos juntos: ruim com ela? Imagine sem ela?

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